domingo, 2 de outubro de 2011

Sem surpresa: meninas em Londres


sáb, 01/10/11
por Rodrigo Alves |
No masculino, é aquele drama de sempre. Trocamos os tropeços dolorosos pelas vitórias heroicas e, finalmente, voltamos às Olimpíadas. Com as meninas, não tem muito mistério. Jogos Olímpicos? Estamos lá. E assim foi neste sábado, quando a seleção feminina detonou a Argentina para ganhar o título em Neiva e carimbar o passaporte mais uma vez. Estão de parabéns as jogadoras e a comissão técnica, principalmente Enio Vecchi, que chegou ao cargo totalmente desacreditado, mas foi lá e cumpriu seu objetivo.

É claro que não dá para passar por esse tema sem ressaltar o nível do basquete feminino das Américas. É uma vergonha, isso é fato. Tirando Estados Unidos e Brasil, não há o que se salve no continente. Cuba se salvava até pouco tempo, mas desceu a ladeira de forma constrangedora. A Argentina pode se salvar daqui a algum tempo, até ganhou seus jogos na base do heroísmo e mereceu ir à final, mas ainda não consegue brigar na elite – está aí o placar elástico da final para deixar isso bem claro.

Só houve drama na classificação para Pequim porque as americanas fizeram o favor de não ganhar o Mundial de 2006, obrigando o Brasil a brigar no Pré-Olímpico mundial. Aí, sim, o buraco é mais embaixo. Conseguimos a vaga no sufoco, após o caso Iziane, e mesmo assim foi contra uma seleção das Américas – Cuba, que ainda tinha suas veteranas. Em Pequim, contra rivais de nível maior, foi aquele desastre.

Agora, sem as americanas, o abismo entre o Brasil e os rivais em Neiva era gritante. Tivemos o talento e a experiência de Érika e Adrianinha, a juventude promissora de Damiris e Clarissa, uma defesa boa o suficiente para sufocar ataques atabalhoados, e pronto: nenhum problema no caminho que levou à vaga.
Vecchi e as meninas têm o mérito de fazer o que deveria ser feito: diante de adversários bem mais fracos, não deram sopa para a surpresa. É assim que funciona. Jogaram sério sempre, jogarem muito bem em vários momentos e conquistaram o objetivo. Agora temos quase um ano para moldar o time de Londres. Lá o buraco é mais embaixo, a missão é duríssima, e fica difícil prever o que vai acontecer. Por enquanto, o que dá para dizer é o seguinte: temos Olimpíadas? Nossas meninas, como sempre, estão lá. Parabéns!

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