sábado, 16 de maio de 2009

Daniel Wattfy é entrevistado no Sportmania - confira

Nascido e criado na cidade de Franca, localizada no interior do estado de São Paulo e, eleita por muitos como a capital do basquete brasileiro, Daniel Wattfy sempre respirou a modalidade. Contratado em abril de 2009 para comandar a equipe de Campo Mourão, o técnico pretende implantar na cidade os aprendizados adquiridos ao longo de uma vitoriosa carreira.

Fale-nos de como começou seu interesse pelo basquete e dos clubes que dirigiu.
Como todo bom francano, tudo começou com o clima que a cidade vive em cima do basquete, fui atleta de todas as categorias de base, cheguei ao adulto, e como o nivel exigido é alto, não deu para continuar, em seguida recebi o convite para assumir um cargo na comissão técnica e dirigir equipes de base, aceitei e trabalhei ao lado do Hélio Rubens por 9 temporadas, assumindo posteriormente a equipe principal de Franca (minha maior conquista), passei cinco anos na equipe, tive passagem pela Ulbra/Torres 2004 a 2006, e em 2007 e 2008, em Salvador, na FTC/EAD.

Quais os títulos importantes você conquistou?
Meus principais títulos são: Franca - quatro Pan-americanos de Clubes 1993, 1996, 1998 e 1999; quatro brasileiros: 1993, 1997, 1998 e 1999; três paulistas: 1992, 1997 e 2000. Pela Ulbra, dois campeonatos gaúchos (2004 e 2005), campeão da conferência sul da NLB, campeão da copa NLB 2006. Pela FTC, foram dois títulos baianos (2007 e 2008), e vice-campeão dos JUBS (Jogos Universitários).

Você é conhecido pelo estilo trabalhador e perfeccionista nos treinamentos. O Daniel Wattfy é mesmo exigente? Como você se definiria?
Meu estilo vem da escola francana, tive o privilégio de trabalhar com dois grandes técnicos (Pedroca e Hélio Rubens). Isso fez com que meu estilo de muito trabalho e disciplina nos treinamentos seja o carro chefe. Gosto muito de estar dentro da quadra, e cobro muito empenho dos meus comandados. Enfim sou apaixonado por que faço, e tento passar isso para todos!

Você já dirigiu equipes de São Paulo, do Rio Grande do Sul e, agora, está no Paraná. Quais as principais diferenças?
Primeiro isso vem me dando uma experiência e tanto, trabalhar em polos diferentes, cada um com suas particularidades, e diferenças, com as suas limitações. O principal de tudo é que em São Paulo temos o melhor campeonato estadual do Brasil, isso faz com que as equipes tenham que manter uma estrutura mínima o ano todo. As equipes de outros estados passam uma boa parte do ano sem ter grandes competições e intercâmbio com os grandes centros. Falta mais é a massificação do basquete no país todo, aumentar o número de praticantes!

Você já realizou trabalhos em grandes equipes do país. Como é, agora, comandar o basquete em Campo Mourão?
Recebi um convite para trabalhar aqui em Campo Mourão e a apresentação do projeto me agradou muito. É um trabalho a médio e longo prazo, e que tem me dado muito prazer em realizar. Outro item muito importante é o respeito que todos por aqui tem me dado, não só como pessoa mais principalmente como profissional.

O que o levou a aceitar o desafio de dirigir uma equipe de uma região sem grande tradição no basquete?
Como disse na resposta anterior, o projeto em si me cativou, hoje coordeno todo o basquete de Campo Mourão no que diz respeito a parte técnica, desde a equipe adulta, passando pelas categorias de base, e até um projeto social. Espero em breve colocar Campo Mourão no cenário do basquete brasileiro!

Qual será a base da equipe? O grupo terá muito jogadores vindos dos juvenis de Franca?
Nossa equipe é composta por jogadores muito jovens, a média de idade é de apenas 21 anos. A equipe perdeu da temporada passada seus principais jogadores da equipe juvenil, então procuramos repor estas peças, pelo bom relacionamento que tenho com os técnicos de Franca, foi me indicado alguns atletas que não seriam aproveitados nas equipes de Franca, e a equipe conta também com atletas adultos que já estavam no grupo, antes de minha chegada. Vamos, na medida do possível, ainda reforçar a equipe adulta para esta temporada.

Quais são as metas da equipe para 2009?
Temos algumas prioridades para esta temporada, que seriam com a equipe adulta o Campeonato Paranaense, os Jogos Abertos do Interior do Paraná, e uma boa participação na Copa Sul Brasileira, sendo que na temporada passada, Campo Mourão foi vice-campeão estadual, terceiro colocado nos Jogos Abertos e 4º lugar na Copa Sul Brasileira. A equipe juvenil tem como objetivos conquistar os Jogos da Juventude e o Campeonato Paranaense.

O que você acha que poderia ser feito para melhorar o intercâmbio entre o basquete dos centros mais evoluídos e aqueles em crescimento?
Acho que o primeiro passo para o basquete voltar a ser o que foi no passado, é a capacitação dos técnicos, temos que urgentemente formar uma escola de técnicos, copiando a Argentina e a Espanha, que realizaram e ai estão colendo seus frutos. A partir dai vamos poder qualificar melhor nossos atletas, fazendo com o nível e o interesse aumente em todo o Brasil. Para melhorar este intercâmbio é organizar clínicas, trazer profissionais gabaritados, promover mais encontros, realizar campeonatos em todo o país, levar o basquete para todos os cantos, assim popularizando e trazendo novos investimentos para o nosso esporte.

Como você classifica o basquete do Paraná em relação ao basquete brasileiro como um todo?
O basquete do Paraná sempre esteve bem representado a nível de competições nacionais, a referência no masculino sempre foi Londrina, grande participações nas Ligas Nacionais, ausente nesta temporada, mas que sempre levou muito bem o nome do basquete Paranaense. Quem não se lembra da equipe feminina de São José dos Pinhais, que trouxe Hortência e tudo mais, a própria equipe masculina de São José dos Pinhais que no seu primeiro ano se classificou para os playoffs. Pena que são investimentos pontuais, que não deixaram seu legado, espero que em breve o Paraná possa ter seus representantes e ainda melhor poder formar grandes talentos aqui mesmo.

O que precisa ser feito para massificar o basquete na região?
Primeiro temos que ter maiores investimentos, como estou há pouco tempo por aqui, preciso me informar mais a respeito, mas a região de Campo Mourão é um grande potencial a ser explorado, temos cidades como Londrina, Maringá, Cascavel, e outras que têm tudo para ser celeiros do basquete. E cabe também a nossa federação fomentar e incentivar o basquete por aqui. Temos um grande material humano a explorar.

Para encerrar, que mensagem você mandaria para a comunidade do basquete?
2009 o ano da virada, acredite!!!

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