sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Basquete de Londrina vive impasse

A queda de braço envolvendo as diretorias do União Londrina Basketball (ULB) e da Associação Desportiva Londrinense, a Inesul, pode deixar o basquete londrinense sem a verba pública oriunda do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (Feipe) em 2009, o que representa uma fatia gorda dos recursos que a modalidade tem durante a temporada.

O imbróglio ainda está longe de ter um fim e o capítulo final da novela pode ocorrer após o encerramento do edital do Feipe, o que impediria a Fundação de Esportes de Londrina (FEL) de repassar o patrocínio à equipe que for disputar o Nacional de Basquete do ano que vem.

A verba deste ano, que por direito é da ULB, está bloqueada devido a uma denúncia feita por jogadores que defenderam o clube no Nacional de 2008 e hoje estão na Inesul. O caso está na Controladoria Geral do Município e não tem previsão para ser solucionado. Assim, a ULB ficaria impedida de concorrer à verba de 2009. Neste caso, a Inesul ficaria sozinha na briga. Porém, um dos pré-requisitos dos esportes de alto rendimento, onde se enquadra o basquete, para participar do edital é ter uma certidão de uma entidade nacional, no caso a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), atestando que a associação que pleiteia a verba vai disputar o Campeonato Brasileiro. Como hoje, o dono da vaga na recém-criada Liga Nacional de Basquete (LNB) é a ULB, a Inesul seria desclassificada e a verba seria utilizada em outro setor.

''Até o fim de novembro devemos publicar o edital e existem pré-requisitos e critérios que têm que ser obedecidos para escolher o beneficiado. Por enquanto, nenhum dos dois se enquadra'', afirmou o cordenador de convênios da FEL, Pedro Lanaro Filho.

Para a temporada 2008, a ULB teria direito a R$ 150 mil do Feipe, com uma contrapartida de R$ 82,5 mil. Esses valores seriam diluídos em 11 parcelas de acordo com o plano de aplicação elaborado pelo próprio time. No entanto, as diretorias da ULB e da Inesul, que era a patrocinadora do clube na época, se desetenderam após a demissão de toda a comissão técnica do time, encabeçada por José Saviani, que era o técnico, e José Guilherme Flenick, que hoje são, respectivamente, treinador e presidente da ULB.

O desentendimento chegou à conta concorrente da equipe, que foi suspensa, fato que impossibilitou os depósitos da verba. O imbróglio foi parcialmente resolvido em abril e a FEL pagou a primeira das 11 parcelas, no valor de R$ 10.994,19. A prestação de contas da aplicação dos recursos foi feita somente quatro meses depois, em 19 de agosto, por Paulo César Chanan Silva, dirigente da Inesul que presidia a ULB à época. No dia 8 de setembro, a segunda parcela foi pedida pelo clube e, quando foi feita a prestação de contas, já sob assinatura de Flenick, apareceu o problema.

Alguns jogadores, além do técnico da Inesul, José Eduardo Vicente, o Leitinho, alegaram que a assinatura presente nos recibos de pagamento dos salários era ''falsificada''. A direção da FEL, então, convocou uma reunião com as duas diretorias e os jogadores para ouvir as duas partes, numa espécie de acariação. Uma ata foi elaborada com os acontecimentos do encontro. Porém, Leitinho e Chanan deixaram a reunião antes do fim e não assinaram o documento.

Sem solução, o caso foi encaminhado para a Controladoria Geral do Município, que tomará a decisão sobre o assunto, que pode até parar no Ministério Público.

''O recurso está aqui e é para ser utilizado, mas é dinheiro público e temos que ter responsabilidade. Se não estiver tudo regularizado, sem pendências, não podemos liberar'', disse o diretor administrativo e financeiro da FEL, Luiz Vargas Prudêncio.

Flenick descartou qualquer falsificação e classificou a denúncia de tentativa de prejudicar seu clube. ''A meu ver, pegaram os jogadores de laranja. É um absurdo. Se você não tem condições de manter uma equipe, não pode atrapalhar a outra quem tem a vaga (na LNB)'', protestou o presidente da ULB. ''Demos a idéia de unificar os dois clubes, afinal o basquete não é meu, não é do Chanan, é da cidade, mas não quiseram'', contou.

Thiago Mossini
Reportagem Local

Um comentário:

Marival Junior disse...

Realmente tá difícil a situação do Adulto aqui de Londrina enquanto isso Campo Mourão tá arrebentando. Parabéns!!